Perguntamos tantas vezes: “o que andamos aqui a fazer?”
Terá a vida surgido por acaso? Para que servirá? Terá mesmo alguma utilidade?
Em certos momentos da vida há questões que se levantam com mais veemência. Então, interrogamo-nos por que levamos a vida duma determinada forma e não doutra. Por que nos acontecem algumas coisas e como deveremos encarar e responder a tudo isto.
Momentos de nascimento de familiares e amigos são tempos de alegria e a perda de familiares, amigos e conhecidos é uma oportunidade de reflexão. Para a maioria das pessoas, a passagem (a morte) de alguém, ainda, é considerada uma perda, uma tristeza, pois a sua visão, certamente, é materialista. Não significa isto que essas pessoas sejam ignorantes, egoístas ou gananciosas mas, sim, que vivem agarradas aos conceitos de que aquilo que vemos e tocamos é tudo o que existe. Mas, de certeza que não é, pois existe mais vida para lá do que é visível e tangível (palpável).
A partida de alguém não significa, forçosamente, uma perda mas, sim, uma alteração daquilo que existia antes e passou a ter-
-se depois. Essa sensação de “perda” poderá ser substituída por uma consciência de benefícios adquiridos ao longo da nossa experiência de vida em contacto com quem realizou a passagem. Passagem, sim, e não morte, pois como diz o poeta “a vida continua, e a morte não existe”. Recordar de forma positiva amigos, familiares e entes queridos, que já partiram é adicionar essas vivências à nossa aprendizagem ao longo do nosso caminho, desta jornada no planeta Terra.
Os amigos, conhecidos e alguns parentes deixam em nós as suas marcas, o seu modo de pensar e de estar na vida. Os familiares directos como pais e avós deixam-nos como herança parte das suas células, dos seus genes além dos seus ensinamentos. Por isso somos uma parte viva de cada um deles, e por isso podemos dizer que eles não morreram. Quando não deixam descendentes, deixam junto daqueles com quem conviveram as suas impressões, aquilo que transmitiram aos outros. Daí, ser extremamente importante tudo aquilo que pensamos, dizemos e fazemos. A vida é o somatório de experiências vividas e observadas. Tudo isso poderá contribuir para uma vida melhor, ou pior, no presente e no futuro, consoante a aplicação que fizermos daquilo que nos deixaram, juntamente com a parte que nós adicionamos de nós próprios.
Os nossos pensamentos podem fazer toda a diferença entre sermos felizes ou infelizes, não propriamente acerca de tristezas ou alegrias momentâneas mas, sim, sobre o nosso estado de espírito permanente. O que dizemos é um prolongamento do que pensamos e que pode influenciar, certamente, aqueles que nos ouvem. E aquilo que fazemos deixa obrigatoriamente uma marca no comportamento e nos sentimentos de outras pessoas e seres, sejam animais, plantas ou minerais. Assim, comecemos, pois, por semear pensamentos positivos, descartando os negativos. Como escreveu o poeta: “Sim, uno sou com tudo o que observo, c’o vento, c’a onda, pinho e palma…” Pois somos todos um elo desta vasta cadeia que é a Natureza.
Faria, então, algum sentido que a vida tivesse surgido por acaso e não tivesse nenhum objectivo concreto? Para mim não faria sentido. O Universo é tão vasto, com um valor estimado de cem mil milhões de galáxias contendo cada uma cerca de cem mil milhões de estrelas, seria muito estranho que apenas num pontinho recôndito deste Universo (que poderá ser um entre outros cem mil milhões de universos) tivesse surgido vida inteligente! Isso seria uma piada… seria como um micróbio dentro do nosso corpo pensar que não existiria vida além daquele local onde ele se encontra!
Mas neste pequeníssimo grão de areia, quase que perdido num canto do nosso vasto Universo, temos a oportunidade de aprender muitas coisas, com as pessoas vivas e com as memórias das que já partiram. Aproveitemos o tempo em que aqui andamos, e que não sabemos se é muito ou pouco, para convivermos e aprendermos alguma coisa uns com os outros, em vez de perdermos tempo em brigas que não conduzem a proveito algum! Se não gostarmos da vida que levamos temos sempre oportunidade para mudarmos as coisas e o nosso rumo.
Passemos, pois, a dedicar mais tempo a cada pessoa ao nosso redor e menos às coisas supérfluas que nos cercam todos os dias, sejam objectos ou informações e notícias inúteis ao nosso bem-estar. Façamos o que é verdadeiramente importante enquanto é tempo, pois nunca sabemos quando possa já ser tarde de mais! Pois, andamos aqui precisamente para experimentarmos e darmos significado às experiências da nossa vivência juntamente com as outras pessoas à nossa volta. Essa será uma das grandes utilidades da vida, mas não a única...
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