Partilhas

Este blogue pretende ser uma partilha do tradutor/editor dos livros Abrindo as Portas que há Em Nós e de Escolhendo Amar com os leitores a quem,
em especial a leitura do primeiro, possa ter modificado as suas vidas, e com quem sinta necessidade de encontrar segurança, paz e harmonia na sua vida;
e também sobre como o segundo livro nos pode ajudar a erradicar os medos das nossas vidas ensinando-nos a amar verdadeiramente...

Nota: Os textos apresentados neste blogue são da responsabilidade do Editor e não dos Autores dos livros aqui divulgados,
excepto quando se trata de citações reproduzidas entre aspas com a devida menção autoral.

Informação: Tratando-se a obra Abrindo as Portas que há Em Nós dum livro de meditações quotidianas,
o editor/tradutor
adverte que os conceitos holísticos aqui apresentados não estão condicionados a nenhuma religião em particular.

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14.12.11

Viver agora e continuar a viver depois


Quando a vida nos “rouba” alguém esse é sempre um momento propício à reflexão. “Por que será a vida assim?”, “Por que é assim e não doutra forma?”, “Por que perdi esta pessoa agora e não mais tarde, num distante futuro?” Estas e muitas outras perguntas passam, geralmente, pela cabeça das pessoas. Comigo essas questões não se colocaram, mas surgiram outras: “Por que não aproveitei mais a companhia do meu pai?”, “Por que conversávamos tão pouco mesmo dando-nos bem e sabendo eu, até, que ele era boa pessoa?”, “Por que sabia eu tão pouco acerca dele e ele tão pouco acerca de mim?” Estas são verdadeiras reflexões para vermos o que fazemos da vida; para chegarmos à conclusão de que forma estamos a conduzir a nossa vivência e convivência com os outros seres humanos ao nosso redor. Pensamos, sempre, que somos eternos aqui na Terra, que um dia no futuro teremos tempo para fazer tudo; que hoje é dia de fazer umas coisas e que amanhã poderei fazer outras, as de hoje são mais importantes, as de amanhã não são tão prioritárias. Mas, o tempo passa e as coisas que vamos relegando não são realizadas e muitas vezes aquilo que deveríamos dizer, também, não é dito. Passa toda uma vida, 40, 50 ou mais anos e acabamos por perceber como demos tanto valor a certas coisas e a algumas pessoas e outras nos passaram despercebidas ou nem repararam, elas, em nós. Depois, mesmo que tenhamos vontade de reparar os erros cometidos já será tarde de mais.

É bom que possamos reflectir sobre a vida e termos a oportunidade de tomar uma opção em tempo útil, dentro da validade duma vida humana e não depois do prazo da vida dalguém já ter expirado.
Mas, não adianta chorar sobre o leite derramado, como de nada nos serve lastimarmo-nos sobre uma nota baixa nos nossos testes escolares. O melhor, mesmo, é preparar o próximo teste com mais aplicação e afinco nos estudos. 
Afinal, o que é a vida aqui? Não será, também, uma escola, repleta de aprendizagens, testes, exames e notas finais?

Não faria sentido que a nossa vida aqui na Terra fosse única. Isto, no sentido de ser uma só e respeitante ao singelo período de tempo que por aqui andamos. Poderia, mesmo, ser considerada uma grande injustiça. Desde garoto que me questiono filosoficamente sobre este tema. Lamento desapontar os meus amigos, ou leitores, católicos ou de outras crenças, mas a Igreja da sociedade em que nasci não me ajudou a compreender o mundo nem a tranquilizar os meus receios para lá daquilo a que convencionámos chamar morte, e para lá daquilo que vemos neste mundo.

Foi a falta de explicações da Igreja, justificada com a pretensão de que a fé seria suficiente para aceitar o que nos é transmitido e aquilo que vivemos, e tudo isto envolto em dogmas (conceitos indiscutíveis), o que me abriu caminho ao ateísmo.

Felizmente consegui perceber que havia espaço para a existência dum mundo não material, mais poderoso e mais maravilhoso que aquele em que vivemos. Essa filosofia permitiu-me acreditar que a morte não existe e é apenas uma transição para um outro estado diferente daquele a que nos habituámos a ver ao nosso redor. Essa forma de encarar a vida não me foi revelada apenas agora mas, felizmente, há já alguns anos.

Se quem morre, ou melhor dizendo quem parte, não deixou de existir mas tão somente fez uma viagem, então tudo muda de figura. Apenas teremos deixado de ver com os nossos olhos e deixado de sentir com as nossas mãos aquelas pessoas que fizeram a passagem para o outro lado, para uma dimensão diferente, mais subtil. E isso não nos impede de continuarmos a fazer fluir os nosso pensamentos positivos em direcção as esses seres que já deixaram de ser pessoas mas que não deixaram de ser quem eram. É por isso que hoje se diz tanto às pessoas que perdem um ente querido que não devem chorar para não perturbar aqueles que já partiram.

Juízo Final, pintura de Miguel Ângelo na Capela Sistina
Assim sendo, acredito que quando deixamos de ter alguém fisicamente ao pé de nós, esse ente não deixou de existir, apenas abandonou o corpo que vestiu durante esta vida. É aqui que o conceito de reencarnação se torna importante. Sempre foi estranho para mim que tudo terminasse ao fim duma vida terrena e ficássemos à espera dum qualquer julgamento final. Que grande injustiça seria uns nascerem ricos e outros pobres, uns saudáveis e outros com problemas de saúde, porque não haveriam de nascer todos iguais e ir construindo ou destruindo a vida pelas suas opções, se tivéssemos apenas uma vida de oportunidades?

link: clique aqui
Ouvi, um outro, dia um padre católico dizer que a reencarnação não fazia sentido porque não era lógico voltarmos a nascer como moscas ou como outro animal qualquer! Que tamanho desconhecimento do conceito de reencarnação cristã! Ou seria intencional manipulação dos crentes, desviando-lhes a atenção da possibilidade de poderem ter mais vidas para emendarem os erros cometidos nesta e noutras vidas passadas?

Caros amigos, e leitores, podemos acreditar que a vida neste planeta, assim como nos outros, é uma escola cheia de aprendizagens, onde quem não aprende repete as mesmas lições já ensinadas até serem aprendidas ao invés de passar de ano e evoluir mais rapidamente. No entanto, a Igreja durante séculos aterrorizou os seus fiéis com a ideia de vida única como forma de lhes dizer: “Ou fazem o que a Igreja vos diz e vão para o Céu, ou fazem o contrário e o que vos espera é o caminho directo para o Inferno”. Mas Céu ou Inferno pode ser a vida na Terra dependendo das nossas atitudes, tanto nesta vida como fruto de vidas passadas.

Será o conceito de reencarnação assim tão assustador? Não despimos nós no final de cada dia a roupa que trouxemos vestida, para usarmos outra no dia seguinte? Não poderá o nosso espírito despir-se de um corpo para vestir outro na vida seguinte?
Bom, a mim, pelo menos o conceito reencarnacionista trouxe-me tranquilidade e justificação para muitas coisas aparentemente incompreensíveis na vida. Agradeço isso à Patricia, uma chilena em França, que me tirou um grande fardo de cima, proporcionando-me uma nova vida com outros olhos para o mundo.


- Pai, fico-lhe grato por tudo o que me transmitiu e ensinou, mesmo durante o seu silêncio. Apesar de ter partido sei que não morreu, afinal eu continuo a ser o prolongamento dum pouco de si aqui na Terra. Gostei de tê-lo escolhido para ser meu pai nesta vida.
Peço-lhe perdão por algumas das minhas faltas. Não cheguei a saber se terei conseguido ser o filho que o pai gostaria de ter tido! Espero que sim... mas, mais tarde teremos oportunidade de conversar sobre isto.

Ass.: seu filho João (nesta vida)