Partilhas

Este blogue pretende ser uma partilha do tradutor/editor dos livros Abrindo as Portas que há Em Nós e de Escolhendo Amar com os leitores a quem,
em especial a leitura do primeiro, possa ter modificado as suas vidas, e com quem sinta necessidade de encontrar segurança, paz e harmonia na sua vida;
e também sobre como o segundo livro nos pode ajudar a erradicar os medos das nossas vidas ensinando-nos a amar verdadeiramente...

Nota: Os textos apresentados neste blogue são da responsabilidade do Editor e não dos Autores dos livros aqui divulgados,
excepto quando se trata de citações reproduzidas entre aspas com a devida menção autoral.

Informação: Tratando-se a obra Abrindo as Portas que há Em Nós dum livro de meditações quotidianas,
o editor/tradutor
adverte que os conceitos holísticos aqui apresentados não estão condicionados a nenhuma religião em particular.

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16.11.11

Desapego

    «Vivemos numa época de celebridades, apelos fáceis à riqueza, ao consumismo, às paixões avassaladoras [e eu acrescentaria, ainda: e ao mito da eterna juventude].
Transitamos aturdidos por um mundo em que o destaque vai para aqueles que mais têm.
   »E a todo instante os anúncios de televisão, nas revistas e jornais, os outdoors clamam: "Compre mais. Ostente mais. Tenha mais e melhores coisas."

   »É um mundo em que o luxo, a beleza física, a ostentação e a vaidade ganharam tal espaço que dominam os julgamentos.
   »Mede-se a importância das pessoas pela qualidade dos seus sapatos, roupas e carteiras.

   »Dá-se mais atenção ao que possui a casa mais requintada ou situada nos bairros mais famosos e ricos.


    »Carros bons são somente os que têm mais acessórios e impressionam por serem belos, caros e novos. Sempre muito novos.

    »Os adolescentes [e os adultos] não desejam repetir roupas e desprezam produtos que não sejam de marca. As mulheres compram todas as novidades em cosméticos. Os homens regozijam-se com os fatos caríssimos das montras.
    »Tornamo-nos, enfim, escravos dos objectos. Objectos de desejo que dominam o nosso imaginário, que impregnam a nossa vida, que consomem os nossos recursos monetários.
    »E como reagimos? Será que estamos a fazer algo - na prática - para combater esse estado de coisas?

   »No entanto, está nos desejos a grande fonte da nossa tragédia humana. Se superarmos a vontade de ter coisas, já teremos caminhado muitos passos na estrada do progresso moral.

    »Experimente olhar as montras dum centro comercial. Olhe bem para os sapatos, roupas, jóias, chocolates, malas, enfeites, e perfumes.
    »Por um momento apenas, não se deixe seduzir. Tente ver tudo isso apenas como são: objectos.

   »E diga para si mesmo: "Não tenho aquilo, mas mesmo assim sou feliz. Não dependo de nada disto para estar contente".
   »Lembre-se: é por desejar tais coisas, sem poder tê-las, que muitos optam pelo crime. Apossam-se de coisas que não são suas, seduzidos pelo brilho passageiro das coisas materiais.
   »Deixam para trás gente sofrendo, pessoas que trabalharam arduamente para economizar...
   »Deixam atrás de si frustração, infelicidade, revolta.
  
   »Mas, há também os que se fixam em pessoas. Vêem os outros como algo a ser possuído, guardado, trancado, não compartilhado.

   »Esses se escravizam os parceiros, os filhos, os amigos e parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.
   »Manifestam, a toda a hora, possessividade e insegurança. Extravasam egoísmo e não permitem ao outro se expressar ou ser amado por outras pessoas.
   »É, mais uma vez, o desejo norteando a vida, reduzindo as pessoas a tiranos, tornando feias as almas.
   »Há, por fim, os que se deixam apegar doentiamente às situações.

    »Um cargo, um status, uma profissão, um relacionamento, um talento que traz destaque. É o suficiente para se deixarem arrastar pelo transitório.
    »Esses amam o brilho, o aplauso ou o que consideram fama, poder e glória.
    »Para eles, é difícil despedir-se desse momento em que deixam de ser pessoas comuns e passam a ser notados, comentados, e invejados.
    »Qual o segredo para se libertar de tudo isso? A palavra é desapego. Mas... Como alcançá-lo neste mundo?


    »Pela lembrança constante de que todas as coisas são passageiras nesta vida. Ou seja: para evitar o sofrimento, a receita é a superação dos desejos.
    »Na prática, funciona assim: pense que as situações passam, os objectos partem-se, as roupas e sapatos gastam-se.
    »Até mesmo as pessoas passam, pois elas viajam, separam-se de nós, e morrem...
    »E devemos estar preparados para essas eventualidades. É a dinâmica da vida.
    »Pensando dessa forma, aos poucos a criatura promove uma auto-educação que a ensina a buscar sempre o melhor, mas sem gerar qualquer apego egoísta.

    »Ou seja, amar sem exigir nada em troca.»

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