
Quais serão hoje os países que não possuam qualquer tipo de dificuldades para a sua população? Poucos, muito poucos, são aqueles onde a vida não seja tão difícil como noutros onde as turbulências são enormes e constantes.
Na Europa existem alguns casos modelo, como os países nórdicos, ou escandinavos, (Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia) e ainda outros menores como a Suíça, o Lichtenstein, o Luxemburgo ou Andorra (até agora, aparentemente, não apresentam grandes problemas), embora a vida nesses países não seja isenta de problemas, mas de certo não é comparável com a de países como a Guiné-Equatorial ou a Somália, em África, o Haiti nas Caraíbas, a Coreia do Norte ou Myanmar (antiga Birmânia) na Ásia, ou mesmo os novos pobres europeus da Grécia e de Portugal, para só mencionar alguns a nível mundial.
Por certo a vida não poderá ser 100% segura e tranquila, pois se assim fosse poderiam perder-se muitas oportunidades de novas experiências e aprendizagens. Isto poderá parecer um pouco cruel ou insensível, mas o planeta Terra não passa duma escola plena de lições! Só que a vida poderia ser mais facilitada se as pessoas tomassem consciência do que se passa a nível mundial. Claro que a informação, hoje, é globalizada, mas mesmo assim há muita falta de informação, ou melhor dizendo, há muita desinformação. Aquilo que as pessoas, verdadeiramente, deveriam saber não lhes é contado.
A vida, hoje, globalizou-se em certos aspectos, mas continuou fragmentada noutros. Caíram algumas barreiras alfandegárias para mercadorias e bens, facilitou-se a transferência e comercialização de serviços e a circulação financeira, mas mantiveram-se as pessoas espartilhadas e acorrentadas através do controlo da sua circulação internacional.
Toda a gente procura felicidade, uns duma forma outros doutra. As populações pobres procuram alcançar o sonhado e prometido Eldorado buscando o paraíso em sociedades mais avançadas (não propriamente mais evoluídas), e quem vive nestas tenta proteger as conquistas alcançadas, muitas vezes, impedindo os mais pobres de se lhes juntarem nos seus países de melhoradas condições.
É aqui que encontramos o medo que corrói as nossas sociedades. Povos há que vivem, justificadamente, com medo dos perigos que os assolam e da pobreza que os assalta no presente e no futuro próximo ou longínquo, pois vivem com falta de esperança. Povos que vivem em sociedades tranquilas e prósperas vivem com medo de perder as regalias e os direitos conquistados.
O medo revela-se, também, no estilo de vida que as sociedades escolheram como rumo para os seus cidadãos. A desmesurada obsessão pelo dinheiro, a ganância, revela o medo do desconhecido, e a tentativa de garantir posses materiais que proporcionem estabilidade no incerto futuro.
O medo pode, ainda, ser encontrado no egoísmo muitas vezes demonstrado pelas sociedades mais avançadas que subjugam as menos desenvolvidas através da exploração de recursos naturais, de mão-de-obra, ou de forma financeira nos seus próprios territórios ou países. Esse medo, o egoísmo, tenta convencer algumas pessoas de que elas são superiores aos povos mais desfavorecidos e que estes não merecem a sua compaixão seja qual for a situação que estejam a viver nos seus países. O egoísmo é a expressão do ego que faz com que as pessoas acreditem em situações ilusórias, e que muitas vezes acaba causando injustiças.
As sociedades são formadas por pessoas, os ditames de cada sociedade e de cada época são criados por pessoas. As vontades e o rumo de cada sociedade têm origem nas pessoas. O medo é criado pelas pessoas. Em suma, são as pessoas que criam o seu bem ou mal-estar e o das outras pessoas ou sociedades com quem contactam. Cabe a cada receptor a responsabilidade pela forma como recebe o bem ou o mal que os outros, os emissores, lhe dirigem.
Enfim, o medo em geral é o grande responsável pelo estado caótico em que nos encontramos. A solução existe, mas ainda não foi compreendida pela maioria da população, nem pelas minorias com responsabilidades decisórias a nível mundial, nem sequer, tampouco, nacional. A resposta está na confiança, na ausência de medo e no Amor que é o oposto do veneno que nos levanta os obstáculos. O verdadeiro Amor ajuda-nos a compreender os nossos semelhantes e a facilitar a vida, mas como é mal interpretado, neste momento, ainda acaba por criar mais confusão, por ser muitas vezes erroneamente interpretado como mais um sentimento egoísta de satisfação pessoal.
É fundamental que se ponha sempre em prática a seguinte Lei de Ouro: "Faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem!"
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